Consequências de não tratar a apneia do sono: riscos para a saúde

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Dormir bem é fundamental para a saúde, mas para quem sofre de apneia do sono, o descanso pode ser gravemente afetado. De facto, a apneia do sono é uma perturbação em que a respiração é interrompida repetidamente durante a noite, impedindo que o corpo receba o oxigénio necessário. Muitas pessoas não têm consciência de que sofrem desta condição, já que os sintomas mais evidentes, como o ressonar e os episódios de falta de ar, ocorrem enquanto dormem. Contudo, quando não é tratada, a apneia do sono pode ter graves consequências para a saúde, tanto a curto como a longo prazo.

As interrupções constantes na respiração provocam uma má qualidade do sono, o que, por sua vez, impacta negativamente a vida quotidiana e o bem-estar geral. A fadiga diurna, os problemas cardiovasculares, as alterações metabólicas e o declínio cognitivo são apenas algumas das consequências desta perturbação. Por isso, identificar os riscos associados à apneia do sono e procurar tratamento adequado é essencial para prevenir complicações graves. A seguir, analisamos os principais riscos para a saúde decorrentes de não tratar esta condição.

Fadiga e sonolência diurna

Um dos primeiros efeitos da apneia do sono não tratada é a fadiga constante durante o dia. A interrupção repetida do sono impede que se atinjam as fases profundas do descanso, o que provoca cansaço extremo, falta de concentração e diminuição do desempenho nas atividades diárias. Além disso, esta sonolência diurna aumenta o risco de acidentes de trabalho e de viação, já que pode dificultar a reação rápida perante imprevistos.

Maior risco de doenças cardiovasculares

A apneia do sono está estreitamente relacionada com um aumento do risco de doenças cardiovasculares. As pausas respiratórias provocam uma redução nos níveis de oxigénio no sangue, o que exerce pressão sobre o sistema cardiovascular. Com o tempo, isto pode originar hipertensão, arritmias, insuficiência cardíaca e até enfartes. Além disso, as pessoas com apneia do sono têm maior probabilidade de sofrer acidentes vasculares cerebrais devido à falta de oxigénio no cérebro.

Problemas metabólicos e risco de diabetes

A apneia do sono também tem um impacto significativo no metabolismo. A falta de sono reparador afeta a regulação da insulina e aumenta a resistência a esta hormona, elevando o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Adicionalmente, os desequilíbrios hormonais provocados pela apneia podem favorecer o aumento de peso e a obesidade, dois fatores que, por sua vez, agravam a perturbação do sono, criando um círculo vicioso difícil de quebrar.

Declínio cognitivo e problemas neurológicos

A privação de oxigénio e a falta de descanso adequado afetam o funcionamento do cérebro. As pessoas com apneia do sono podem experimentar problemas de memória, dificuldades de concentração e maior risco de desenvolver doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Além disso, a falta de oxigénio no cérebro também pode provocar alterações no humor, aumentando a probabilidade de sofrer de depressão, ansiedade e irritabilidade.

Impacto na saúde mental e no estado de espírito

Não dormir bem afeta diretamente a estabilidade emocional. A apneia do sono não tratada pode gerar alterações no humor, provocando ansiedade, stress e depressão. Consequentemente, a irritabilidade e a falta de energia podem afetar as relações pessoais e o desempenho no trabalho ou na vida social. Além disso, a fadiga constante pode reduzir a motivação e a capacidade de enfrentar os desafios diários.

Redução da qualidade de vida

A combinação de fadiga, problemas de saúde e dificuldades cognitivas pode deteriorar significativamente a qualidade de vida de quem sofre de apneia do sono. Assim, a sensação de não ter descansado bem, juntamente com os problemas de saúde associados, pode limitar a capacidade de desfrutar das atividades quotidianas e afetar a produtividade no trabalho.

Diminuição do desejo sexual e problemas de casal

O esgotamento físico e a falta de energia podem afetar a libido e a vida sexual. A apneia do sono também pode contribuir para a disfunção eréctil nos homens e para a diminuição do desejo sexual em ambos os sexos. Além disso, o ressonar intenso e as interrupções na respiração podem ser incómodos para o parceiro, gerando problemas na relação e afetando a intimidade.

Maior risco de morte prematura

Estudos demonstram que a apneia do sono não tratada está associada a um maior risco de morte prematura. De facto, as complicações cardiovasculares, os acidentes relacionados com a sonolência e os problemas metabólicos podem reduzir a esperança de vida se não for procurado tratamento adequado.

Complicações em cirurgias e tratamentos médicos

As pessoas com apneia do sono não diagnosticada correm maior risco durante procedimentos médicos e cirúrgicos. A anestesia e certos medicamentos podem agravar as dificuldades respiratórias, aumentando o risco de complicações. Por isso, é fundamental informar os profissionais de saúde se houver suspeita de apneia do sono antes de qualquer intervenção.

A apneia do sono é muito mais do que um simples problema de ressonar ou de descanso interrompido. Quando não tratada, pode gerar graves consequências para a saúde, afetando o coração, o metabolismo, a função cerebral e a qualidade de vida em geral. Portanto, identificar os sintomas e procurar ajuda médica é essencial para prevenir complicações e melhorar o bem-estar.

Além disso, os tratamentos disponíveis, como a terapia CPAP, as mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, a cirurgia, podem fazer uma grande diferença na vida de quem sofre desta condição. Dormir bem não é um luxo, mas sim uma necessidade para manter uma boa saúde e prevenir doenças a longo prazo.